Num momento delicado para a imagem social da nossa profissão, refletir sobre como ela se tornou um participante essencial no grande saque imobiliário pode ser um bom aviso para aqueles que aspiram a juntar-se a ela. Conhecemos o potencial da arquitetura para melhorar o mundo e criar diversas formas de estar nele e também conhecemos o potencial inverso da arquitetura em mãos doentes para destruir os nossos modos de vida e paisagens. Conhecendo já a cadeia de personagens envolvidos no desmoronamento da nossa economia e o "Grande logro" social, imaginaremos uma arquitetura contraditória capaz de ativar o melhor da paisagem e que sirva, ao mesmo tempo, como um local de penitência para os seus utilizadores. Atónitos perante a impunidade que demonstram com a justiça do nosso país, os implicados serão enviados para um lugar de justiça más avançada e de clima extremo para que reflitam sobre os seus excessos.
As 7 personagens:
Um Presidente da Câmara Municipal
Um vereador de urbanismo
Um arquiteto
Um promotor
Um banqueiro
Um jurado de reconhecido prestígio
Um cidadão especulador
O Lugar:
Fiorde de Longyearbyen na ilha de Svalbard (Noruega). 78º14'00.51"N 15º33'23.90"E
As Condições:
Ficarão instalados em “miniapartamentos” autossuficientes, produto do seu pesadelo especulador, que, atendendo à peculiar idiossincrasia de cada personagem, se organizam de maneira totalmente livre e imaginativa.
A temporada de cativeiro será de um ano completo, seis meses de noite (Temp. média -10ºC) e seis meses de dia (Temp. média 0ºC).
Os personagens enclausurados devem poder contemplar a maravilhosa paisagem exterior, mas não a devem usar, devem poder ver-se entre si, mas não se podem tocar, devem poder ser contemplados por várias visitas organizadas pelos espanhóis arruinados por eles.
Entende-se que todos os serviços e provisões necessários sejam garantidos pela vila mais próxima.