Viver e conviver. Pensar a cidade. Alternativas à maçã Cerdà, ou não.
O coronavírus fez-nos descobrir coisas que, espero, não esqueceremos. Uma delas foi a possibilidade de teletrabalho que, suspeito, será combinada com trabalho presencial no futuro. Outra é a descoberta para muitos do significado de bairro: dia após dia, os vizinhos foram vistos e reconhecidos enquanto batiam palmas nas varandas ou estavam na fila das lojas de proximidade. Os bairros têm tido vizinhos e não apenas ocupantes.
Proponho repensar a cidade, repensar a habitação. Quero que os candidatos trabalhem livres de ordenações, apenas com o senso comum e a responsabilidade que implica criar espaços de relação e convivência - assim como pensar no ambiente.
Escolhi uma área com a influência da trama Cerdà, mas com a possibilidade de dar alternativas.
O território é suficientemente amplo e bem comunicado para poder repensar a cidade, tanto ao nível do programa como em volumetria e ligações.
Não é somente uma reflexão sobre a trama urbana, mas também um trabalho de arquitetura. O concorrente deverá pensar no tipo de habitação e comércio, assim como nos espaços públicos abertos e fechados.
É solicitado um mínimo de 70.000m2 construídos, deixando o concorrente a reflectir sobre o grau de densidade e a relação com o programa.
Lembramos que é uma questão de refletir sobre a cidade e não tanto sobre o design de alguns edifícios, embora deixemos o concorrente livre para chegar à definição arquitetónica que considere necessária para explicar a sua proposta.
SOLAR:
4 blocos entre C/ Pere IV e C/Fluvià a oeste e C/ Selva de Mar e C/ Venezuela a leste. É um projeto teórico, por isso consideramos que o terreno está livre de edifícios que devem ser preservados.
MATERIAL REQUERIDO:
- documentação gráfica da proposta ao nível do projeto preliminar em formato A3.
- relatório explicativo com esquemas e reflexões em formato A4.
A quantidade de informação apresentada não será valorizada tanto quanto a singularidade e o rigor do pensamento claramente apresentado.
Carme Pinós, 2020