São pura alucinação. Degraus pairando no ar. São tanto conteúdo como receptáculo, ao mesmo tempo. São tanto objectos independentes quanto mediadores do que as envolve, mas não lhes toca. Mostram-se, em primeiro lugar, e depois, mostram e escondem as redondezas, de acordo com a forma (física) como as abordamos. São repletas de qualidades metafísicas e propicias a todo o tipo de analogias com a vida (e a morte), se assim as quisermos interpretar. São, estas escadas de palha que ascendem em fardos de palha numa ilha fluvial, um instrumento intermediário entre o homem e a forma de ver o mundo, a paisagem imediata e também a imaginária, ou seja, a que não sendo visível, também existe. Escondem e dão a conhecer para onde vai e de onde vem o rio que ali corre.

São muita coisa, estas escadas, a única coisa que não são é funcionais, isto é, arquitectura. Isso não são.