Esta tese foi a primeira (2014) a alertar e nomear a maior transformação que hoje acontece em nossas cidades devido a imperativos tecnológicos: o Ambiente Aumentado. Classificado com destaque excepcional, tem mais de 5000 downloads em mais de 60 países. A linha de pesquisa que ele inaugurou é hoje estendida em programas como o Mestrado em Comunicação Arquitetônica MACA, ou o Grupo de Pesquisa em Hipermedia da UPM.
A pesquisa analisa a impressão do domínio digital em arquitetura e testa um modelo teórico para a descrição e avaliação deste evento que mudará para sempre a condição humana do habitat. Através de uma cartografia crítica, reconstrói o processo de convergência físico-digital considerando aqueles fatos reveladores que o definiram. A integração da extensão digital das tecnologias de informação e comunicação no contexto arquitetônico tradicional levou ao advento de um ecossistema artificial complexo georreferenciado. O Ambiente Aumentado surge assim como um suporte híbrido de informação nunca antes experimentada. Sua natureza dual adverte uma revisão das estruturas informacionais e da mudança despertada na sociedade de acordo com as novas técnicas para informar o assunto. Desta vez, a camada digital está sendo geolocalizada e com ela a cidade é transformada sem solução, por exemplo, alterando o modelo de transporte.
A principal linha de pesquisa explora o desenvolvimento da interação homem-máquina, em trajetórias sincrônicas convergentes. A análise é, portanto, abordada a partir da consideração dessa dupla natureza, atentando simultaneamente para a humanização do domínio digital ou como o computador se adapta à condição natural de ser humano, e à digitalização do ser humano ou como assume o imperativo digital. A análise é vertebrada da condição panóptica do ponto de observação do evento: a quarta parede, entendida como ponto de tela e inflexão que estrutura a convergência dos ambientes físico e digital. A reflexão sobre a construção do Ambiente Aumentado busca a verificação da tese, central desta pesquisa: a multiplicação dimensional da localização física através de sua extensão com um campo informacional do domínio digital e seus efeitos sobre a construção do Ambiente Aumentado. nova ecologia digital do Ambiente Aumentado.
Essa circunstância ocorre após o surgimento da Revolução Digital na segunda metade do século XX, com o consequente aumento da interação entre os ambientes digital e físico, e o alcance de um nível mais elevado de comunicação (empática) nos processos arquitetônicos. Os sintomas do Ambiente Aumentado são perceptíveis em nossa contemporaneidade; Nesse sentido, a tese chega a um diagnóstico de mudança. A fratura e a obsolescência do espaço-tempo estabelecido pelas históricas dicotomias público-privado, casa-cidade, trabalho-lazer etc., ou o hipertexto ecológico, são algumas das consequências desse evento tecnológico global.