La tesis doctoral titulada Domesticidad “entre rejas”: Proyecto de Rem Koolhaas/OMA para la prisión Panóptica en Arnhem (1979-1988), fue realizada en el marco académico del Programa de Doctorado en Proyectos Arquitectónicos Avanzados, y en el grupo de investigación Vivienda Colectiva (GIVCO) de la Universidad Politécnica de Madrid. También, mediante una estancia internacional de dos años, en el grupo de investigación Architecture Culture and Modernity de la Delft University of Technology, y en el Jaap Bakema Study Centre del Het Niewue Instituut, en Róterdam.[1]

Esta tesis doctoral plantea la siguiente pregunta de investigación ¿Cómo es posible explorar las tensiones y contradicciones de la domesticidad? Para ello, propone estudiar las viviendas de aquellos que no tienen a la familia como referente, es decir, otras viviendas habitadas por personas solas, pero dentro de una comunidad: las prisiones. Este enfoque parte de los trabajos de Robin Evans, especialmente de su tesis doctoral sobre prisiones (1750-1840), cuando reducían al mínimo el contacto entre personas, de modo que paradójicamente, estaban “atestadas de individuos aislados”.[2]

La tesis Domesticidad “entre rejas” plantea la conjetura crítica según la cual las prisiones son viviendas, y las viviendas también pueden ser consideradas prisiones. Este planteamiento persigue extender los límites tradicionales del estudio de la vivienda, al incorporar las prisiones como tales. La autora desarrolló esta hipótesis gracias a un proyecto de investigación que financió la Unión Europea y la Comunidad de Madrid.[3] La tesis se centra en una de las tres prisiones Panópticas puras construidas en Europa a finales del siglo XIX. Las tres están en los Países Bajos, donde son Monumento Nacional.

La tesis explora las transformaciones de la domesticidad de la prisión Panóptica de la ciudad de Arnhem (1882-1886), en relación con la evolución de las políticas penitenciarias a lo largo de más de un siglo. En particular, analiza el proyecto que Koolhaas/OMA hizo para la renovación de esta prisión (1979-1988), cuando estas políticas perseguían que las prisiones parecieran viviendas modernas, incluso eliminando las rejas, lo que suscitó un amplio rechazo en la sociedad, tanto en la especializada como en la general, que se preguntaba indignada si acaso sus viviendas también eran prisiones.

La tesis muestra cómo confluyen teoría y práctica arquitectónica en este proyecto paradigmático, emblema de lo que Michel Foucault denominó la “sociedad disciplinaria”.[4] La investigación que Koolhaas/OMA llevó a cabo sobre las prisiones no sólo estudió hasta qué punto se pudieron llegar a concretar arquitectónicamente los objetivos sociales de diferentes épocas, sino en qué medida esta prisión Panóptica pudo, incluso sin intervención arquitectónica alguna, despojarse de ellos, y cambiar los usos para los que había sido concebida. 

Actualmente, debido al gran descenso del número de presos en los Países Bajos, muchas prisiones se han quedado vacías, por lo que están siendo demolidas o reconvertidas para darles nuevos usos. El proyecto de Koolhaas/OMA para la prisión Panóptica de Arnhem no se llegó a ejecutar, pero es interesante mencionar que este año OMA ha anunciado que llevará a cabo la renovación de otra de las tres prisiones Panópticas de los Países Bajos, en este caso la situada en la ciudad de Breda. Esto muestra lo pertinente de esta tesis doctoral.

The doctoral thesis entitled Domesticity “Behind Bars”: Rem Koolhaas/OMA’s Project for the Panopticon Prison in Arnhem (1979-1988), was carried out in the academic framework of the Advanced Architectural Projects Doctoral Program and the Collective Housing research group (GIVCO) of the Universidad Politécnica de Madrid. Also, through a two-year international stay in the research group Architecture Culture and Modernity of the Delft University of Technology and in the Jaap Bakema Study Centre of the Het Nieuwe Instituut in Rotterdam.[1]

This doctoral thesis poses the following research question: How is it possible to explore the tensions and contradictions of domesticity? To do so, it proposes to study the dwellings of those who do not have the family as a referent, that is, other dwellings inhabited by single people, but within a community: the prisons. This approach is based on the work of Robin Evans, especially his doctoral thesis on prisons (1750-1840), when they reduced contact between people to a minimum, so that, paradoxically, they were “densely packed of isolated individuals”.[2]

The thesis Domesticity “Behind Bars” raises the critical conjecture that prisons are dwellings, and dwellings can also be considered prisons. This approach aims to extend the traditional boundaries of the study of housing by incorporating prisons as such. The author developed this hypothesis thanks to a research project funded by the European Union and the Community of Madrid.[3] The thesis focuses on one of the three pure Panopticon prisons built in Europe at the end of the 19th century. All three are in the Netherlands, where they are National Monuments.

The thesis explores the transformations of the domesticity of the Panopticon prison located in the city of Arnhem (1882-1886), in relation to the evolution of prison policies over more than a century. In particular, it analyses the Koolhaas/OMA project for the renovation of this prison (1979-1988), when these policies sought to make prisons look like modern dwellings, even removing the bars, which provoked widespread rejection in society, both specialised and general, who wondered indignantly whether their homes were also prisons.

The thesis shows how architectural theory and practice converge in this paradigmatic project, emblematic of what Michel Foucault called the “disciplinary society”.^[4] Koolhaas/OMA’s research on prisons not only studied the extent to which the social objectives of different eras could be architecturally realised but also the extent to which this Panopticon prison could, even without any architectural intervention, shed them and change the uses for which it had been conceived.

Today, due to the significant drop in the number of prisoners in the Netherlands, many prisons have become empty and are being demolished or converted to new uses. The Koolhaas/OMA project for the Panopticon prison in Arnhem was not executed, although it is interesting to note that this year OMA has announced that it will carry out the renovation of another of the three Panopticon prisons in the Netherlands, in this case, the one in the city of Breda. This shows the relevance of this doctoral thesis.

A tese de doutoramento intitulada Domesticidade “atrás das grades”: projecto de Rem Koolhaas/OMA para a Prisão Panóptica de Arnhem (1979-1988), foi realizada no âmbito académico do Programa de Doutoramento em Projectos Arquitectónicos Avançados, e no grupo de investigação de Vivienda Colectiva (GIVCO) da Universidad Politécnica de Madrid. Também, através de uma estadia internacional de dois anos no grupo de investigação de Architecture Culture and Modernity da Delft University of Technology, e no Jaap Bakema Study Centre do Het Niewue Instituut, Roterdão.[1]

Esta tese de doutoramento coloca a seguinte questão de investigação: Como é possível explorar as tensões e contradições da domesticidade? Para tal, propõe-se estudar as habitações daqueles que não têm a família como referência, ou seja, outras habitações habitadas por pessoas solteiras, mas dentro de uma comunidade: as prisões. Esta abordagem baseia-se no trabalho de Robin Evans, especialmente na sua tese de doutoramento sobre as prisões (1750-1840), quando reduziram ao mínimo o contacto entre as pessoas, de modo que, paradoxalmente, estavam “atulhadas de indivíduos isolados”.[2]

A tese Domesticidade “atrás das grades” apresenta a conjectura crítica de que as prisões são habitações, e as habitações também podem ser consideradas prisões. Esta abordagem visa alargar os limites tradicionais do estudo da habitação, incorporando as prisões como tal. O autor desenvolveu esta hipótese graças a um projecto de investigação financiado pela União Europeia e pela Comunidade de Madrid.[3] A tese centra-se numa das três prisões panópticas puras construídas na Europa no final do século XIX. Todas as três se encontram nos Países Baixos, onde são Monumentos Nacionais.

A tese explora as transformações da domesticidade da prisão Panopticon na cidade de Arnhem (1882-1886), em relação à evolução das políticas prisionais ao longo de mais de um século. Em particular, analisa o projecto Koolhaas/OMA para a renovação desta prisão (1979-1988), quando estas políticas visavam fazer com que as prisões parecessem habitações modernas, chegando mesmo a remover os bares, o que provocou uma rejeição generalizada na sociedade, tanto especializada como geral, que se perguntava indignadamente se as suas casas eram também prisões.

A tese mostra como a teoria e a prática arquitectónicas convergem neste projecto paradigmático, emblemático do que Michel Foucault chamou a “sociedade disciplinar”.[4]  A investigação de Koolhaas/OMA sobre as prisões não só estudou em que medida os objectivos sociais de diferentes épocas podiam ser arquitectonicamente realizados, mas também em que medida esta prisão Panopticon podia, mesmo sem qualquer intervenção arquitectónica, derramá-los e alterar os usos para os quais tinha sido concebida.

Actualmente, devido à grande diminuição do número de prisioneiros nos Países Baixos, muitas prisões ficaram vazias e estão a ser demolidas ou convertidas para novas utilizações. O projecto Koolhaas/OMA para a prisão Panopticon em Arnhem não foi executado, mas é interessante notar que este ano a OMA anunciou que irá renovar outra das três prisões Panopticon na Países Baixos, neste caso a da cidade de Breda. Isto mostra a relevância desta tese de doutoramento.